Tape Rec
O nome Tape Rec surgiu da época da fitinha K-7, quando tardes inteiras eram consumidas ouvindo-se as gravações dos discos bacanas cujas condições financeiras locais não permitiam comprar os discos em CD (também se faltava o aparelho em alguns casos). Conhecer “Flip Your Wig” do Husker Du em uma fitinha mono era e foi muito luxo e dos aparelhos analógicos que também faziam gravações e também por onde gravações eram feitas (sempre com as luzes do visor piscando no vermelho por causa do volume alto dos instrumentos), surgiu daí o nome Tape Rec que acabou soando como uma homenagem aos bons tempos das fitinhas.
Noise roque foi o termo que chegou mais perto de definir o som feito pela banda, talvez seja até meio pretensioso mas de qualquer forma só mais um pseudo rotulo dentro do rock
A Tape Rec foi formada no começo de 2004 por Lê Almeida (guitarra e voz), Evandro Fernandez (baixo e voz) e Edimo P. (bateria), após alguns ensaios entraram Pablo Pablo (guitarra) e Leonardo Lara (guitarra) – Pablo saiu rapidamente – assim a banda se fixou fazendo canções ultra barulhentas e ao mesmo tempo melódicas. As apresentações sempre foram repletas de tormentos e não só das guitarras (que de tão altas irritavam os técnicos de som por ai afora). Na primeira apresentação só rolaram 2 canções e o final foi meio trágico com a bateria inteira aos cacos pelo chão do local. Já em outra apresentação a banda foi expulsa do palco, motivo? O alto volume das guitarras e a provocação costumeira (nada muito serio).
Em 2005 Edimo saiu, nessa época vários amigos de outras bandas locais assumiram as baquetas até que Bigú Medine assumiu definitivamente a bateria, na época a ideia era deixar o som mais próximo possível de um encontro entre Breeders e My Bloody Valentine cantando sempre em português.
Ainda em 2005 rolou a participação na coletânea “Transfusioneme Por Favor! Em Freqüências Lo-fi” (compilação recheada de gravações de estéticas lo-fi de bandas do Rio de Janeiro). Em 2006 as gravações para o que viria a ser o primeiro EP (Hortelã Intermitente) começaram a ser feitas em takes feitos de madrugada no estúdio/quarto Interestellar lo-fi em 6 canais estéreos. O processo de gravação só se estendeu para o ano seguinte e para 2008 por causa da distância entre os integrantes e também pelos graves problemas com as aparelhagens (todas caseiras!) sem contar o fator artesanal do EP.
Em 2007 mais rolou mais uma participação em uma coletânea (agora em um contexto além lo-fi), “Alguns Barulhos Legais” com 27 bandas, nesta compilação a Tape Rec aparece com “Aeronave” (canção já semi-pronta para o EP). No começo de 2008 o EP foi finalizado com 8 faixas em uma sonoridade cortante e misturando referências que vão do Velvet Underground ao Jesus and Mary Chain passando por influências declaradas de My Bloody Valentine, Dinosaur Jr, Pavement, Guided By Voices e Sonic Youth (lógico!).
O titulo “Hortelã Intermitente” é simplesmente uma referência ao nome do projeto que antecipou a Tape Rec que na época traduzia perfeitamente o vicio saudável (nem tanto) pelo licor de hortelã que nunca era bastante.
Hoje a banda segue tentando derivar algum Power pop açucarado de dentro do seu Noise Roque e satisfazendo ouvidos atentos, descolados, perturbados e cheios.