Surfadélica
Carlos Nishimiya é um dos melhores guitarristas do país. E isso precisaria ser dito, ouvido e registrado! Sem sombra de dúvidas, desde seus trabalhos decisivos nos grupos em que tocou (Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, Magazine) até nos que criou (Los Tornados), sua qualidade técnica sempre esteve muito acima da média, ao passo que sua concepção como músico é de alguém com vasto conhecimento de causa.
A eclética formação musical de Nishimiya (progressivo, psicodelia, garage, shoegazing, punk, folk, noise, etc) se reflete no insaciável caleidoscópio que projeta as mais inesperadas imagens e sensações no corpo de cada composição. Muitos elementos de seu ecleticismo agem, seduzem e desnudam a surf music, gênero eleito para ser reinventado sob disfarces que causam perplexidade e indumentárias que chocam a conformidade dos clichês.
No excesso de grupos independentes vigentes, se perfilados para uma suscinta análise, basta uma brevíssima audição, para se detectar dois ou três expoentes internacionais devidamente (mal) copiados. A falta de originalidade e concepção estilística se tornou marcas registradas na presente década.
Com um ano de existência, o Surfadelica, criação absoluta do guitarrista, arranjador e compositor Carlos Nishimiya, difere completamente das “indiotas” obviedades do cenário local. Apoiado pelo baixista Maurício Guedesson e o baterista JC Goes Rock, o trio instrumental apresenta uma sonoridade única, onde as mais inesperadas ferramentas da originalidade esculpem um estilo insofismável.
Nishimiya é um dos melhores guitarristas do país. E isso precisaria ser dito, ouvido e registrado! Sem sombra de dúvidas, desde seus trabalhos decisivos nos grupos em que tocou (Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, Magazine) até nos que criou (Los Tornados), sua qualidade técnica sempre esteve muito acima da média, ao passo que sua concepção como músico é de alguém com vasto conhecimento de causa.
A eclética formação musical de Nishimiya (progressivo, psicodelia, garage, shoegazing, punk, folk, noise, etc) se reflete no insaciável caleidoscópio que projeta as mais inesperadas imagens e sensações no corpo de cada composição. Muitos elementos de seu ecleticismo agem, seduzem e desnudam a surf music, gênero eleito para ser reinventado sob disfarces que causam perplexidade e indumentárias que chocam a conformidade dos clichês.
Não é a toa que numa carreira tão curta, as conquistas já foram muito significativas. Já participaram de festivais importantes (4ºMáxxxima Rock Festival de Goiânia, 8ºPrimeiro Campeonato Mineiro de Surf em Belo Horizonte) e dezenas de apresentações em casas noturnas na cidade de São Paulo. Já registraram trabalhos em coletâneas nacionais (“Why Don’t We Do It On The Road”, tributo virtual ao “White Album” dos Beatles, compilado por Marcelo Fróes; “Ocean”, faixa no CD "Tributoh", dedicado ao Sebadoh e internacionais (na compilação portuguesa "Brazilian Surf A-Go-Go, The Attack Of The Tiki Waves, Vol.1", o registro de uma alternate version da composição "Questionable Navigation").
Em vias de lançamento, gravaram uma versão de “The Modern Way” (The Kaiser Chiefs) para a coletânea "Further Beyond The Sea.
Esse reconhecimento de público e imprensa (antes mesmo do álbum ser lançado, Phil Dirt, a maior autoridade mundial de surf music, rasgou um elogio-de-cinco-estrelas no seu web site) se justifica perante a intensa criatividade do grupo.
Duelo da música de ouro com o ouro da música. A música que respira. Escamas sonoras que flutuam e seduzem. Acordes, arpejos e dedilhados que esbanjam técnica e nos conduzem a paraísos artificiais. O desafio de Nishimiya ter assinado a produção também surpreende, tanto na impecável ambiência entre os instrumentos como nos requintados efeitos e timbres de guitarras que são a alma e o olhar do disco.
Dos estupidamente sedutores riffs de guitarra de “Surf Me To The Moons Of Saturn” e “Quasimoto” ao idiossincrático noise-prog-surf de “Roswell”, passando pelas endiabradas passagens rítmicas de “Freakin’ Out Surfin’ In”, as onze faixas desse álbum de estréia se colocam entre os mais bem sucedidos lançamentos de 2008. Sonoridades de cores, viagens e paladares nunca dantes navegáveis. Um resultado, sobremaneira, mágico e sinestésico.