Pipodélica
Pipodélica foi uma banda de Florianópolis, SC, Brasil, considerada um expoente e uma das bandas mais expressivas da cena independente catarinense durante sua existência. Fundada em 1999 por colegas da faculdade de Arquitetura da UFSC, a banda tocou nos principais festivais independentes em todo o Brasil, como Upload (São Paulo), Ruído (Rio de Janeiro), Curitiba Pop Festival (Curitiba), Goiânia Noise, Claro que é Rock e outros, recebendo reconhecimento de seu trabalho em prêmios como London Burning, bem como sendo convidados para abrirem concertos de bandas de destaque como Pixies, Teenage Fanclub e Placebo.
A banda encerrou suas atividades em 2008, de comum acordo entre os integrantes, que já não tinham os mesmos interesses musicais.
Saídos dos ateliers da faculdade de arquitetura da UFSC, poucos amigos partiram para uma despretensiosa gravação de final de semana, às vésperas do ano 2000. Desde o final de 2001, o Pipodélica chegou à formação ideal, tendo Eduardo “XuXu” e Felipe “Batata” como guitarristas e vocalistas; M. Leonardo como baixista; e Gustavo “Cachorro” como baterista. A banda estava pronta para encarar todo o trabalho que viria pela frente.
Estabilizada a formação, o Pipodélica passou a colher os excelentes resultados do EP “Tudo Isso” – que ainda continha vocais femininos. Na época, os elogios estavam em todas as revistas e sites especializados em música. E não por acaso, a banda deixou de ser atração somente nos palcos da cidade natal, Florianópolis.
No início de 2002, enquanto apresentava as composições pegajosas de “Tudo Isso” em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, o Pipodélica começava a preparar a gravação do segundo EP. “Enquanto o Sono Não Vem” foi esperado ansiosamente pelos admiradores da banda. Superou as expectativas!
“Simetria Radial” saiu em abril de 2003. Como deveria ser, o primeiro LP chegou com bastante alarde. Não só entre os fãs da banda, mas entre os críticos, que repetiram elogios a cada semana sobre a alta qualidade do trabalho desenvolvido pelos catarinenses. O destaque teve início nos jornais, rádios e emissoras de tevê locais para se estender por veículos conceituados de abrangência nacional. Nesse tempo, a banda produziu três clipes com excelente exposição e um quarto, ao vivo, produzido a convite, pela MTV Brasil em seus estúdios.
No formato ao vivo, Pipodélica foi recebida em sete capitais, sendo destaque ou head liner de alguns dos mais importantes festivais de rock nacionais, como Curitiba Pop Festival II - na Pedreira Paulo Leminski que contou com Teenage Fanclub e Pixies - e Festival De Inverno (ambos em Curitiba); Upload (São Paulo), Ruído Festival (Rio), dentre outros. No interior de Santa Catarina, a banda lançou “Simetria Radial” junto com “Ventura” do Los Hermanos em uma bem-sucedida tour catarinense – sintonia registrada já em 2002. E a ótima receptividade de “Simetria Radial” não se limitou ao Brasil. De diversos países da Europa e também dos Estados Unidos e Canadá, vieram resenhas elogiosas. “Simetria Radial” foi incluído nas mais expressivas listas, por todo o país, entre os melhores lançamentos fonográficos do ano de 2003. Já em 2004, a música “Blá Blá Blá” esteve entre as mais tocadas de rádios independentes de São Paulo, Brasília e Porto Alegre, dentre outras.
Dia primeiro de janeiro de 2005 saiu o quarto lançamento em pouco mais de quatro anos de banda: “Volume Quatro”.
A banda surgiu em 1999, quando colegas do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina resolveram gravar uma fita-demo que se espalhou pela faculdade. O nome da fita — Pipodélica — acabou por nomear a banda. Na época, a vocalista Carine Nath dividia os vocais com Eduardo "XuXu", também guitarrista. Completavam o grupo Dode (guitarrista), M. Leonardo (baixista) e Gustavo "Cachorro" (baterista, ex-integrante da banda Os Ambervisions). Com esta formação, gravaram o EP "Tudo Isso". Logo depois do lançamento do EP, Carine e Dode deixam a banda, que recruta Felipe "Batata". Com a chegada do guitarrista, a Pipodélica estabelece sua formação definitiva, como um quarteto. A saída da vocalista é rapidamente coberta pelas harmonias de XuXu e Batata, que revezam nos vocais.
No ano seguinte, a banda lança o EP "Enquanto o Sono Não Vem", de maneira independente. O primeiro álbum — "Simetria Radial", é lançado em 2003. O disco tem ótima repercussão na crítica especializada do país,. No final daquele ano, a Pipodélica é agraciada com o prêmio London Burning de Música Independente, na categoria "Revelação Brasil". Ainda em 2003, a banda toca na fase catarinense da turnê de lançamento do CD "Ventura", da banda Los Hermanos.
Chegando ao seu auge de popularidade e reconhecimento, a banda lança no primeiro dia de 2005 um novo EP com músicas inéditas — "Volume Quatro". Tanto as músicas como arte do "disco" estavam disponíveis somente para download, fato considerado revolucionário e inovador na época. O álbum foi um sucesso e em agosto de 2007, já contava com mais de 100 mil downloads feitos diretamente do sítio da banda.
Os anos de 2006 e 2007 foram de muitos concertos e gravações do que seria o último álbum da banda. Neste período, Cachorro deixa a banda e é substituído por Heron Stradioto nas baquetas. Ainda em 2007, a Pipodélica disponibilizaria em seu blog o EP "Infinito", que compilava canções compostas por outros artistas e bandas que foram gravadas pela banda.
Em março de 2008, perto de lançarem seu próximo álbum "Não Esperem Por Nós", a banda comunicou o final das suas atividades em um post de MLeonardo na comunidade da banda no Orkut:
"É com pesar que comunico que depois de oito anos chutando traseiros a Pipodélica encerra suas atividades. Em breve disponibilizaremos o CD Não esperem por nós na net, com arte e tudo que tem direito. Agradecemos a todos os que acompanharam a trajetória da banda. Se serve de consolo, a banda fecha com chave de ouro sua carreira, pois é unanimidade entre os membros da banda e as pessoas que puderam ter acesso ao CD que Não esperem por nós é o melhor trabalho que realizamos. Melhor sair por cima. No meu álbum do orkut disponibilizei a arte, ainda não definitiva, mas basicamente é aquilo que está lá. Para quem tiver curiosidade....as músicas providenciaremos para download o mais rápido possível
Abs, MLeonardo"
O LP póstumo "Não Esperem Por Nós" foi disponibilizado logo depois no extinto sítio da banda e um torrent do álbum se espalhou pela Internet.
Em 10 de maio de 2008, em matéria do fanzine Elefante Bu, Eduardo XuXu daria sua visão do final da banda:
"Para mim, exceto sentimentos, tudo tem que ter começo, meio e fim. Todos mudam e nós, naturalmente mudamos. Não temos mais os mesmos interesses convergindo e isso resultou em dificuldades para fazer as coisas e no natural desgaste interpessoal. Achamos que não valia à pena ficar empurrando com a barriga... trocar algumas pessoas não seria solução porque não seria a mesma banda. Temos respeito pela nossa história e decidimos então pelo fim".
Integrantes:
M. Leonardo (baixo)
Eduardo XuXu (vocal e guitarra)
Felipe Batata (vocal e guitarra)
Heron Stradioto (bateria)
Ex Integrantes:
Carine Nath (vocal)
Gustavo Cachorro (bateria)
Rogério "Dode" Schmidt (guitarra)
- 2001 - Tudo Isso (EP)
- 2002 - Enquanto o Sono Não vem (EP)
- 2003 - Simetria Radial (LP)
- 2005 - Volume Quatro (EP)
- 2007 - Infinito (EP)
- 2008 - Não Esperem Por Nós (LP)