Nantes
A banda já se chamou Daysleepers, mas decidiu mudar para um nome mais fácil, mais pop, tal que o trabalho que é calcado no som produzido na década de 60 por nomes como Beatles e Beach Boys, para ficar em dois, porque há muito mais gente boa e que deixou excelentes trabalhos. Os Beatles tem que ser citados sempre, até porque o álbum Alvorada abre com “Um dia na vida”. Letra que fala até de Deus. E quem não lembra, os garotos de Liverpool fizeram uma das mais belas canções de todos os tempos chamada “A Day In The Life”.
Nos dias em que bandas se destacam por não apresentar nada relevante, o que é incrível, ouvir um disco onde as músicas são bem elaboradas, até com harmonias vocais, é muito bom. Um sopro de esperança em meio a uma massa que acha que guitarras altas significa qualidade.
O mercado musical nacional, digo o independente, tem seus ciclos para eleger os favoritos. Muitos ficam de fora. E as vezes possuem trabalhos mais relevantes do que os que estão na crista da onda prontos para dropar e entrar no tubo. A Nantes é uma delas. Não tem guitarras distorcidas, não tem vocais gritados, não tem letras que falam de encher a cara e pegar mulher.
A banda já se chamou Daysleepers, mas decidiu mudar para um nome mais fácil, mais pop, tal que o trabalho que é calcado no som produzido na década de 60 por nomes como Beatles e Beach Boys, para ficar em dois, porque há muito mais gente boa e que deixou excelentes trabalhos. Os Beatles tem que ser citados sempre, até porque o álbum Alvorada abre com “Um dia na vida”. Letra que fala até de Deus. E quem não lembra, os garotos de Liverpool fizeram uma das mais belas canções de todos os tempos chamada “A Day In The Life”.
Com pouco mais de dois anos a banda sergipana conseguiu criar um álbum que prima pela qualidade musical. Tudo no álbum é bem elaborado: sonoridade com vários instrumentos, vocais, letras que fogem do lugar comum mesmo falando do cotidiano. Caso de “Tempo” que é auto-explicativa. Muitas vezes o melhor remédio é a paciência, o tempo. Já “A 8ª Capela” é só vocal. A introdução de “O Céu” me lembrou Hyldon, um dos mestres do soul brasileiro. Mas na sequência a música desemboca para uma musicalidade que remete a um pôr do sol a beira mar.
“Talvez você possa cantar” remete ao folk. Coisa que a banda sempre faz questão de lembrar também com fotos em meio a plantas, a cenários bucólicos. E como atesta a capa do disco e a bela canção “Bem vinda chuva”. Que assim como uma chuva na hora certa, traz uma calma. “Os Castelos” encerra o álbum mostrando que muitos dos muros levantados por nós, são incorporados de maneira tal que não enxergamos o outro lado. As vezes derrubar é a única maneira de seguir em frente. Em outros momentos é melhor se resguardar dentro das muralhas, andando pelos corredores.
Alvorada é um disco delicado. Para curtir sem pressa. Cada música tem um instrumento que se sobressai, e letras compostas por Arthur Matos que trazem sentimentos a tona. Remetem a uma lembrança, uma sensação.