Mr. Spaceman
Mr. Spaceman é o projeto solo do compositor, guitarrista e vocalista Regis Damasceno.
Mr. Spaceman é o projeto solo do compositor, guitarrista e vocalista Regis Damasceno. Regis nasceu perto do Natal de 1971, em Fortaleza, e por lá mesmo, com uma banda chamada Velouria. O Velouria existiu de 1990 a 1997 e fez parte de uma safra de guitar-bands cearenses pioneiras e bastante talentosas. Inclua aí Dead Poets, Banana Scrait e Dago Red, todas com demos e CDs lançados na primeira metade dos anos 90. Velouria teve sua demo “Mario is happy now” lançada em fita cassete ainda em 1994.
“Não havia cena indie em Fortaleza até então, explica Regis. De alguma maneira, e sem falsa modéstia, Velouria e Dago Red foram as duas primeiras bandas com essa tendência em Fortaleza. Não havia lugares para tocar, então tocávamos com bandas de heavy metal, em festivais. Fizemos muitos shows em Fortaleza com o Dago Red, depois com o Dead Poets, com quem lançamos um CD-split chamado "No more dancing days", em 1995.
O Mr.Spaceman começou em 1998, como um quarteto. Regis escrevia as músicas e seus amigos o ajudavam a executá-las. Ele fez pouquíssimos shows como banda, lançando um EP oficial em 2001 intitulado "I beg your pardon", também pelo midsummer madness. O ep e suas 4 músicas - "Oui, no", "Rainy", "Touch the sky" e "To whom it may concern" – estão disponíveis no site do mmrecords.com.br. Depois disso, ele gravou algumas músicas quando começou a escrever para este disco de estréia e as espalhou para amigos: “Mas não considero um lançamento, só as espalhei para amigos”, explica Regis.
O álbum "Mr.Spaceman" foi gravado bem aos poucos, a partir de 2001. Contém registros de vários anos, algumas como "Just passing by", são antigas, de 1998, ou "Party" de 2001 e "Lost not found" de 2002. Mas há composições mais recentes como "Major hopes", de 2004. Ele ia compondo, gravando, sempre em Fortaleza, onde morou até 2002, quando se mudou para São Paulo.
E foi na capital paulista que ele se reencontrou com outros amigos de Fortaleza também com bandas circulando pelo meio independente, como Cidadão Instigado, do Fernando Catatau. Regis voltou a integrar o Cidadão Instigado, e com Catatau gravou o elogiado “E o método tufo de experiências”, de 2005. “Estou no Cidadão Instigado desde 1996, da primeira formação, onde eu tocava baixo, detalha Regis. “A partir de 1998 fui tocar guitarra. Para mim é um prazer tocar nesta banda, pois é um exercício de criatividade. Em São Paulo, toco em alguns projetos interessantes como Lucas Santtana e Seleção Natural, Guizado, Nina Becker, além de uma banda tributo aos Beatles, chamada Liverpool.”
Mas, voltando, “Mr Spaceman”, o disco, foi gravado em Fortaleza mesmo, em estúdios de amigos. As músicas são todas de autoria dele. Regis foi o multi-instrumentista que tocou quase tudo, à exceção da bateria, revezada entre dois parceiros: Daniel Pessoa e Marcus Ribeiro. “É um método que me satisfaz, por hora, diz Regis, mas sei que está chegando a hora de voltar a ter uma banda, não há sentimento igual ao de estar numa banda”.
As principais referências musicais no Mr Spaceman são os britânicos Smiths e Beatles. Pode soar antigo ou generalizante. Mas pode soar moderno e sem clichês também. Se é para citar e situar musicalmente o Mr.Spaceman, algumas dicas: além de Beatles e Smiths, Jeff Buckley, Rufus Wainwright, Nick Drake, Jim Ruiz, entre outros. O disco tem 12 músicas, algumas com letras escritas por Mário Quinderé (da banda Dead Poets) e “Starfish” escrita por Daniel Pessoa. A capa, em formato envelope, foi feita pelo designer Renan Lima, que também foi o responsável pela capa de “E o método tufo...” do Cidadão Instigado.
Com disco pronto e lançado, Regis pretende dar sequência ao Mr Spaceman: “Minha expectativa com o Mr.Spaceman é fazer shows onde for possível. Em 2008, pretendo tocar em alguns festivais aqui no Brasil e no segundo semestre, estou planejando fazer uns shows na Europa”. Um dos projetos que será lançado em 2008, se chama 3ofus: um disco (já gravado) contendo músicas do Velouria, Dago Red e Dead Poets. Algumas tiveram novos arranjos, outras foram gravadas como eram no passado. Mário Quinderé (Dead Poets), Regis (Velouria / Mr Spaceman) e o Robério Augusto (Dago Red) cantam suas próprias músicas e uma música das outras duas bandas. “Pretendemos lançar isso como um registro histórico de uma época, essa tal cena "indie" de Fortaleza dos anos 90, explica Regis. “Para mim, e aposto que para quem ouvir, isso ainda é muito relevante”.