Ästerdon
Há muito tempo o cenário do rock nacional não apresentava um acervo tão grande de boas bandas, com plenas condições de lançar um álbum de alta qualidade e totalmente independente. Dentre elas, algumas se destacam mais. E entre essas, umas são mais pesadas que as outras.
Há muito tempo também, este mesmo cenário não conhecia um trabalho que - mesmo tendo sido praticamente gravado em um home studio, é tão bem feito e ao mesmo tempo sujo e cru que consegue atingir o limite máximo do stoner rock. Um disco capaz de mixar em doses exatas furor, rebeldia, peso e metal.
Preste atenção nas próximas linhas, pois vou colocar você de cara com o bem intitulado ...and it starts, novo álbum da banda paulistana ästerdon, que também será conhecido como o disco que tem a capa mais bem feita de todos os tempos. É sério. Não vai ser tarefa fácil deixar de ter uma cópia original.
Em 6 músicas ele apresenta uma verve de guitarras altíssimas com solos curtos e precisos, tudo isso nas mãos do guitar hero Anderson Punkinho.
"No Nobody", que encabeça o complexo roqueiro em ...and it starts, mostra bem isso. Ela é seguida na cola por "Castration! Double Castration" e a partir daí, você não tira mais o disco.
A energia que sai do conjunto baixo e batera tem como motor dois Ricardos (Idéia e Viola) e induz para o rock bem stoner, devidamente pontuado pelos vocais do frontman Marcelo Viegas, que cantado em bom inglês, ora nos remete à uma praia na Califórnia - ou seria Malibu? - como em "Music, Sweet Music", ora para um deserto no Texas, como em "Dog's Day". A seguir vem "Knoll", onde a brava ästerdon mostra mais a sério a que veio.
Com começo e meio perfeitos, ...and it starts chega ao final com os riffs poderosos de "Comboio", que fecha o álbum com uma ótima deixa. Espere 8 minutos e a faixa escondida "True Sounds Of Revenge" do nada aparecerá, de presente.
Esse é ...and it starts, o álbum nacional mais legal do momento. Ele chegará até você através da Pisces Records e tem seu lançamento em março de 2007.